Eu nunca liguei muito para futebol.
Não por ser garota. Conheço muitas garotas que comprariam briga pelo seu time do coração.
Talvez por morar num estado onde três grandes times disputam a atenção dos torcedores.
Ou talvez porque meu pai nunca foi muito fanático. Nada de parar tudo o que está fazendo no domingo para ver um jogo. Nada de rojões. Nada de saber quem está em primeiro na tabela do Brasileirão. Ou mesmo quando estaria passando o campeonato. Nada de ir aos estádios e gritar histericamente quando um jogador faz gol.
Mas há uma data, a cada quatro anos, em que minha família não se importa com mais nada, apenas o futebol.
A Copa do Mundo.
Minhas lembranças de Copa são as melhores.
Em 98 nós, estudantes, saímos mais cedo da aula, enfeitamos nossas salas com bandeiras verde-amarelas e fizemos pipoca para tomar com Guaraná enquanto gritávamos com o juiz e ficávamos tristes com a vitória francesa.
Em 2002 acordamos mais cedo do que podíamos nos permitir. Substituímos a pipoca pelo filão e o Guaraná pelo Toddy. E vibramos com a glória do Penta.
Em 2006, com a pipoca e o Guaraná de volta, nos decepcionamos com a quase certeza do Hexa e com a volta antecipada do time.
Esse ano estarei novamente em frente ao meu televisor, com a pipoca e o Guaraná.
Mesmo que o país não consiga o Hexa. Mesmo que a seleção não seja igual à de 70. Mesmo que o jogo já esteja vendido.
Estarei vibrando pelo Brasil, juntamente com milhões de brasileiros.
Afinal, futebol, pipoca e Guaraná são paixões nacionais.