Quando era criança sempre pensava como seria quando crescesse. Provavelmente alguém que usaria roupas sociais o dia todo, uma dessas pessoas que parecem importantes. Esse tipo que passa na rua falando no celular, parecendo sempre atrasado para algo. Que é requisitado a estar em lugares, e que a presença é tão importante que se não está, a coisa não acontece.
Não que já seja hora de ser essa pessoa. Não que eu ainda não possa sê-la.
Mas não sou também a pessoa que eu queria ser quando chegasse à idade que tenho.
Na verdade, sou bem o oposto. Nada do que eu imagina ser.
Tudo que pensei que poderia ter conquistado, foi alterado para algo que realmente conseguiria alcançar.
A meta que imaginava quando criança não foi alcançada, mas é meio engraçado. Não é como se me sentisse mal comigo mesma e queira mudar quem eu sou.
É engraçado que mesmo não sendo quem eu queria ser, eu estou no caminho de me tornar quem eu quero ser.
Que eu sou quem exatamente eu gosto de ser.
É engraçado como nossa perspectiva muda com o tempo.
O quanto nosso padrões se adaptam à realidade que nos cerca.
E que podemos ser felizes.
Não sendo o que queríamos ser ou pensávamos que seríamos, mas sendo o que queremos ser agora.