Sendo criados pela televisão, tendemos a acreditar que os pais que estão convivendo conosco em nossas casas se assemelham aos pais das séries.
Principalmente se sua criação se deu nos anos 90, início dos 2000, é bem capaz de você já ter pensado em como seus pais eram ótimos.
Talvez eles fossem, mas ao mesmo tempo, não tanto assim.
Os pais da TV são perfeitos.
São pais que se chateiam com os filhos, mas que basta um cut to e tudo já está melhor.
No começo do episódio eles estão bravos, mas no final estão jantando juntos numa refeição tipicamente americana.
São injustos com os filhos, mas antes de 20 minutos percebem sua injustiça e se desculpam.
Mas os pais da vida real, eles nunca pensam desse jeito.
Para eles não se aplica a regra da solução mágica.
Na vida real não tem fade out, então nada é resolvido dentro de 20 minutos.
Na vida real a gente só tem desapontamentos.
Porque fomos criados pela TV.
E, mesmo que às vezes os pais da TV desapontem seus filhos, eles estão sempre ali para apoiá-los em suas decisões.
Ao contrário dos pais da vida real, que acham que sabem melhor como seus filhos devem viver a vida do que eles próprios.
E não aceitam ou apoiam as decisões tomadas.
Os pais da vida real são muito diferentes dos da TV.
Devíamos ter sido criados pelos primeiros.
Mas fomos pelos segundos.
E nos desapontamos.