Existem vários tipos de dormência.
A que mais engana é quando parecemos viver intensamente.
Quando parecemos alegres, felizes, rosados.
Por fora.
Por dentro, não sentimos nada.
Nada de alegria, nada de tristeza.
Por dentro há um ar blasé que nunca passa. Aquele tédio eterno de tudo.
Das pessoas, dos lugares, dos sentimentos.
Não é nem amargura.
É uma falta de sentidos, uma dormência.
Um nada.
E aí vamos vivendo intensamente, tentando satisfazer esse nada.
Às vezes dá certo. Por um pequeno momento.
Às vezes nos sentimos felizes. Às vezes irritados.
Mas logo passa.
Viver rápido o bastante para fugir dos demônios do passado.
Das escolhas, certas e erradas.
Mas será que se viver rápido o bastante o passado fica para trás?
Se viver rápido o bastante todos os "e se"s não vão mais nos assombrar?
Viver rápido o bastante para fugir dos demônios do passado.
Das escolhas, certas e erradas.
Mas será que se viver rápido o bastante o passado fica para trás?
Se viver rápido o bastante todos os "e se"s não vão mais nos assombrar?
Às vezes, quando a gente vive rápido demais, não vivemos nada.
Às vezes, nosso coração precisa de um desfibrilador.
Ou de um amor.
Os dois são a mesma coisa afinal, não?