Há um momento em nossa infância em que percebemos que super heróis não existem de verdade. Que aquelas personagens que pensávamos nos proteger a qualquer custo e de qualquer e todo mal não passavam de invenções da mente humana.
Não levamos muito para atingir essa percepção. Ela vem naturalmente.
Às vezes presenciando uma injustiça acontecer conosco ou com outros.
E às vezes você só acorda uma manhã e percebe que eles simplesmente não existem.
A primeira forma é a mais dolorosa. Você vê aquilo acontecer e quem deveria interferir olha para outro lado ou esconde a vista com uma máscara.
Mas a pior forma de desapontamento é quando os heróis são de carne e osso. São aqueles próximos a nós. Os que dizem "vamos lhe amar e cuidar para que nada de ruim te aconteça".
O problema é que eles não percebem que ao não cumprir o que dizem acabam fazendo com que não acreditemos mais neles.
Nossos heróis estão mortos. Mas não fomos nós que matamos.
Eles mesmos se jogaram do prédio das nossas afeições, gritando a plenos pulmões as próprias convicções.
Se mataram como nossos heróis. A capa e máscara jazem caídas no chão e tudo o que se consegue ver é a verdadeira face. A humana.
E a face humana machuca.
A queda dos nossos heróis de carne e ossos são dolorosas para nós.
Mas importantes para percebermos que os "heróis" do mundo real não tem super poderes.
E não estarão ali para aparar nossa queda, ou nos apoiar em qualquer situação.
Porque eles mesmos já estão no chão.