Crueldade

segunda-feira, 31 de março de 2014

Postado por:Maria Raquel

É incrível como às vezes praticidade pode ser confundida com crueldade.
Mas as duas são coisas diferentes.

Uma pessoa prática é aquela que quer sacrificar um animal quando ele está velho e cansado, para acabar com suas dores.
A pessoa cruel quer sacrificá-lo porque acha que ele é uma praga.
A pessoa prática é a que diz “não consigo entender porque você não o denuncia”.
A cruel é aquela que fala “você é tão estúpida por não denunciá-lo”.

A pessoa prática diz “não acho que somos bons um pro outro mais”.
Já a cruel fala “conheci outra pessoa”.

Ninguém tem mãos tão frias.
Nem mesmo a chuva.

Minhas mãos são frias, mas pelo menos são práticas.

A chuva não é.


Deixar Morrer

quarta-feira, 12 de março de 2014

Postado por:Maria Raquel

O tempo tem vida própria.
Uns dias se transformam em semanas. Uma semana se arrasta em duas, três.
Quando menos se espera já se passaram meses. Anos.

E aquela situação que pensa que poderia ser algo a mais, não é.
Foi apenas mais uma situação.
E embora tenha aquela ideia martelando na cabeça, sabe que não vai fazer nada para mudar.

Talvez seja a covardia. Talvez o orgulho.
Mas por alguma razão, vai deixando passar.
Parece que nunca vai tirar aquilo da cabeça.
Pensa nisso o tempo todo e a qualquer momento.
Uma pequena visão e lembranças vem como uma torrente invadindo sua mente.

Mas passa. O dia a dia, as atividades.
A rua, os amigos. A bebida.
E de repente não se pensa mais nisso.
De repente é apenas uma lembrança vaga.
Uma boa história.
Apenas mais alguém que se conheceu.

Às vezes é melhor deixar uma situação morrer.
Pra dar oportunidade de outra nascer.


Melancolia Pluvial

sábado, 8 de março de 2014

Postado por:Maria Raquel

A chuva tem um certo humor. Uma certa melancolia.
Um certo jeito de deixar tudo triste.
Como num filme francês.

Chove e dá um aperto no peito.
Uma noção de que se está sozinho no mundo.
Sozinho no meio da multidão.
Guarda-chuvas não são suficientes para conter essa tristeza que transborda da gente.

Se pudesse chorar, provavelmente choraria.
Mas apenas suspiro de um jeito dramático.
(A chuva pede drama. Não algo novelesco, mas um drama hollywoodiano em que apenas chove o tempo todo.)

Mas tristeza é um sentimento bom.
Bonito, até.
Faz a gente se sentir vivo.
Ter uma certeza de que se está ali. De que se respira.

Por que você não me ligou?


Paranoia do Passado

quinta-feira, 6 de março de 2014

Postado por:Maria Raquel


Não me entenda mal.
Eu não quero ser esse tipo de garota. O tipo pegajosa, o tipo que pega muito pesado.
Não sou esse tipo de garota. Nunca fui.

Mas não consigo evitar.
É só uma reação natural do meu organismo ao que tudo isso representa.
Ao que você representa.

Quando me olha daquele jeito.
Mesmo sem maquiagem. Mesmo sem nada.
De um jeito como se você fosse quem tivesse tirado a sorte grande, não eu.
Como se eu fosse a melhor coisa no cômodo.

Não é uma questão de auto-estima baixa.
Sei que sou bonita. E gostosa.
E que caras querem ficar comigo.
Mas só porque sei essas coisas, não quer dizer que realmente acredite nelas o tempo todo.

Anos sendo ignorada, anos de "prefiro sua amiga", não desaparecem tão fácil.
Eles grudam em você.
Entram dentro da sua pele. Mexem com a sua cabeça.
Fazem ver coisas te encarando de volta no espelho.
Coisas que não estão lá de verdade.

Então desculpe se sou meio lunática às vezes.
Se acho que você vai me ignorar por completo a partir da semana que vem.
É que realmente não consigo entender como alguém como você poderia querer alguém como eu.
É loucura, eu sei, mas algumas coisas ficam com a gente pra sempre.
E a paranoia é uma delas.

Maçã do Amor

quarta-feira, 5 de março de 2014

Postado por:Maria Raquel

Não costumo gostar de escrever muito sobre o amor.
Sobre as relações interpessoais, claro.
Sobre amor, o sentimento? Não.

Tenho essa ideia de que o amor é uma coisa ridícula.
Se não nos cuidarmos, se não estivermos constantemente alertas, ele toma conta de gente e nos transforma em pessoas completamente perdidas.
Não de um jeito bom.

Não é irritante quando as pessoas só sabem falar sobre uma coisa?
É assim que me sinto em relação ao "amor".
É incrível como a maioria das pessoas só consegue conversar sobre isso.
Sobre quem você está amando no momento.

Não sou uma pessoa de amar outros no momento.
Amor pra mim é de mãe, e só.
De irmão, no máximo.

Amor de outros é estranho.
Como é que alguém consegue conviver tanto com outro a ponto de amar essa pessoa?
De não se irritar com tudo e qualquer coisa que ela faz?
De realmente querer passar anos e anos ao lado dela?

Tudo isso parece lindo. Muito bom, muito bem.
Mas nunca quis nada do tipo. Parece algo indigesto até de se pensar.
Prefiro muito mais maçã ao amor.
E olha que nem gosto de maçã.

O Amor Acaba Para Recomeçar

domingo, 2 de março de 2014

Postado por:Maria Raquel

Outro dia revi Pocahontas.
E acho que descobri porque as pessoas não gostam muito do filme.
Sendo meu filme favorito da Disney e um dos meus filmes favoritos no geral, nunca entendi a pouca atenção que sempre recebeu.

Acho que as pessoas não gostam do filme porque ela não fica com seu "príncipe" no final.
Desculpa se você não sabia.
Mas não estou contando uma grande decepção.
A maioria das pessoas não acaba com o príncipe na vida real.

Aliás, o amor da vida dela nem príncipe era.
Nem era quem dava as ordens por lá. Recebia ordens, isso sim.
Era interessante, mas talvez não era a pessoa mais interessante ali.
Talvez seja por isso que não gostam muito do filme. É real demais para um animação.

O amor não dura para sempre.
Quando dura, são as exceções, não a regra.
Mas essa que é a beleza da vida real: o amor acaba para outro recomeçar.
Tudo tem que ter seu fim para que haja mudança. Para que haja novo começo.

E mudamos muito. Constantemente.
Às vezes alguns amores não conseguem acompanhar essas mudanças.
E acabam morrendo.

Não é uma coisa ruim, no entanto.
Dói, sim, mas é dor gostosa. Dor de esperança. Dor que você sabe que vai desaparecer.
Com o tempo, com a mudança.

Pra outro amor vir.
Outro amor que se encaixa melhor no momento da vida que se vive.

Para, se acontecer, acabar outra vez.
Já dizia o Orixá de Vinicius de Moraes: "amor só é bom se doer"



 

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