Não é mágico como nossa noção de tempo-espaço muda frenquentemente?
Como ela se transforma segundo nossas percepções?
A claustrofobia diminui os ambientes.
E o tempo é estendido ou encurtado segundo nossas ansiedades
ou os acontecimentos que enchem nossas vidas.
Um ano pode ser percebido como dois. Três. Quatro.
“Esse ano foi tão ruim que não acaba nunca. Até parece que
foram dois anos em um.”
“Esse ano aconteceu tanta coisa. Parecem que foram uns três
anos.”
Esse ano aconteceu tanta coisa que pareceu uma vida.
Uma vida em um ano.
Uma vida com pequenos momentos infinitos.
Pequenos infinitos em que se podia ser tudo. E nada.
Onde nos sentíamos parte do Universo. E o Universo estava
dentro da gente. Era a gente.
Momentos em que nossa alma se sentia gigantesca, expandida, como
se não fosse terminar nunca.
“E naquele momento jurei que éramos infinitos.”
E aqueles momentos infinitos terminaram.
O ano terminou.
Mas outro já vem nascendo aí.
E com ele mais uma vida de momentos infinitos.